sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Obama anuncia retirada total de tropas do Iraque até fim do ano


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anuncia a retirada total das tropas americanas do Iraque até o fim de 2011 (Foto: Susan Walsh / AP)

O governo dos Estados Unidos decidiu retirar todas as tropas americanas do Iraque até o fim de 2011, após não conseguir fechar um acordo com os iraquianos para manter soldados no país em operações especiais e de treinamento. O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou o fim da presença americana após uma vídeo-conferência com o primeiro-ministro do Iraque, Nouri al-Maliki, nesta sexta-feira (21). Os dois líderes disseram que vão continuar informalmente as negociações sobre a presença dos EUA no Iraque. Com o anúncio, os Estados Unidos se comprometem a retirar os 40 mil soldados que hoje estão no país, e só manterá no Iraque os 150 soldados que protegem a embaixada americana em Bagdá. "Após cerca de nove anos, a guerra dos Estados Unidos no Iraque acabou", disse Obama.
Obama prometeu acabar com a guerra do Iraque durante a sua campanha presidencial, e discursou contra a guerra em 2002. No entanto, após eleito, disse que os Estados Unidos tinham a obrigação de continuar no país até que a campanha militar tivesse sucesso. No anúncio desta sexta-feira, o presidente ressaltou que a partir de agora, o Iraque é uma nação soberana e vai trabalhar em parceria com os EUA. "O Iraque terá total responsabilidade pela segurança de seu país, e a relação do país com os Estados Unidos será entre iguais", disse.
Números da guerra
A Guerra do Iraque começou no dia 19 de março de 2003, com a invasão de 173 mil soldados - a maior parte, 150 mil, de soldados americanos. A justificativa para a invasão foi que o ditador Saddam Hussein estava desenvolvendo armas de destruição em massa, e que o líder iraquiano seria um colaborador da rede terrorista Al Qaeda.
Em pouco mais de um mês de guerra, Bagdá caiu para as forças americanas. Apesar da rápida vitória, os americanos não conseguiram pacificar o país, e enfrentaram resistência e atentados de grupos paramilitares.
Nos quase nove anos de guerra, 4,4 mil soldados americanos foram mortos e 32 mil foram feridos. Não se tem um número exato de quantos iraquianos foram mortos, mas estima-se que por volta de 115 mil civis foram assassinados durante o conflito.  Desde o início das operações, os EUA gastaram cerca de US$ 1 trilhão na operação militar.
Negociações
O governo americano declarou o fim das operações dos EUA no Iraque em 2010, e colocou como prazo para a retirada das tropas o fim de 2011. No entanto, a retirada total levantou o debate se o Iraque estaria seguro. Atentados em Bagdá em setembro de 2011 reacenderam as dúvidas de que as tropas iraquianas não tinham condições de manter a segurança no país.
O governo do Iraque queria manter no país 5 mil soldados americanos, especialmente para missões de treinamento. No entanto, as tropas não teriam imunidade ante a lei iraquiana, uma situação considerada inaceitável pelo Pentagono. As negociações para manter a imunidade com o primeiro-ministro iraquiano não tiveram resultado, e o governo Obama decidiu confirmar a saída de todos os soldados até 2011. 

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